Quanto mais conheço, mais descubro o quão nada sei. Mas é bem verdade que, a mente que se abre para o conhecimento nunca mais retorna ao que era antes. Felizmente, ou não.

Como outrora adormeceu...

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Subjetividade não é uma pergunta que se lança como qual é seu nome; é uma pergunta que se lança sobre quem é você. Ao passo que sua percepção aumenta, diminuem suas respostas para a última pergunta. Desta forma não cabe a mim dizer o que lhes será encontrado, cabe-me humildimente apenas assentar de que forma encontrei-me aqui.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Sob a chuva se passa o tempo,
esse frio que me traz relento,
a cidade passa,
tento enxergar a beleza desses passos molhados.
A chuva no coqueiral, não combina.
Chuva molhe,
molha a pele morta para que viva de novo,
ou tenha no seu sopro o que se relembrar.
Esfrie as cabeças quentes, mas não deixe ser plena frieza.
Levanta o cheiro de mofo que guardávamos a tantas.
Já que canto é acalanto.
No fim da nevoada,
não sobra a chuva com peso de menina e jeito de cantiga
e nem estrada.
No fim da nevoada cardume de palavras,
nada nada...
Toda a incerteza não é ser,
Nem a sombra triste de ontem,
o meu querer de hoje.
Vivendo entre as folhas verdes,
sangrando entre espinhos mortos.
Sedento de relento nobre.
Decaindo de pedestal orgânico
Reconstruindo de destroços dignos.
Ceifando inconscientes tratos.
Relatos, retratos.
O corte esguia o vinho-tinto
De quantos castelos se faz o vinho
A linha do toque
O veludo artesanal do dedo,
percorrendo a face de um adormecer.
E de quantas faces se faz um nome.
O oco que é um sentimento
pardo, nem branco nem mulato,
nem ter, nem solidão.
Mas qual a cor do apelo.
Vibração que outrora já se foi.
Reflexões que agora já não vem.
A minha pouca idade não resplandece o meu ser,
A pele nova pulsa vida que se conhece no tênue,
no traço.
Eu laço a sorte e vislumbro o corte,
como a ração do meu ego,
faço-o porque estou cego.
Manada de pensamentos, cardume de palavras
Nada, nada...
Não termino o que começo porque não retenho nada.
Cardume de palavras,
nada nada...

domingo, 9 de outubro de 2011

Que se conheça Che Guevara

Um líder não se faz por estar dentro de qualquer levante, de qualquer conflito. Porque isso é bagunça. Um líder não se faz por se levantar em todas as reuniões por pronunciar falas desnecessárias apenas pra se fazer presente. Porque isso é exibicionismo. Um líder não precisa estar sempre atualizado com tudo. Porque isso é falta do que fazer. Um líder não se faz notável, ele é notável. Um líder não se alia a demais por interesses políticos, mas por convicções pessoais. Um líder não se dobra, desafia. Dedico-me aqui, mesmo sem nunca ter feito antes, a uma pessoa específica, a Ernesto Guevara. O faço porque neste dia (09 de outubro de 2011) se completa 44 anos de sua morte. O motivo todos sabem. Che Guevara é na Bolívia, assassinado por ser tido como terrorista como tantos outros que ousem desafiar o império das maiores DEMOCRACIAS* do mundo. Terrorista porque a babilônia teme ser destruída. Che, jovem de classe média argentina, aprende na pele sua ideologia política, vê na face da América Latina o que seria sua meta de vida: transformar esse quadro medonho. Tristonho. Despediu-se eternamente de sua família para entregar-se à luta, a luta pelos invisíveis, a luta por aqueles esmagados pela enorme força da opressão. Sua meta era uma vida digna, a dignidade de vida para todos. Mas dignidade para todos não é o que o grande império quer. A babilônia quer escravos porque sem eles não existe luxo. Precisamos que a falta de dignidade que é a vida de alguns se mantenha, porque delas se faz o luxo da vida de outros, por isso dignidade é um preço muito alto a se pagar. E por isso nada mais justo do que essa simples dedicatória. Dedico-me a confessar minha sincera adimiração àquele que se matou pelo povo da Venezuela, pelo povo latino americano, por todos aqueles que levam nas costas o peso do poder. Che Guevara, um dos maiores líderes que temos a honra de conhecer. Vivamos pois seu ilustre exemplo de amor, de coerência prática teórica, de solidariedade. Tentemos reconhecer nos nossos "líderes" de hoje qual deles desce de seu posto para cortar cana com os outros para dar exemplo de trabalho voluntário, e não reconhecendo, recusemos todos os eles. Eles que não nos representam. Viva a Che! Viva a revolução latente em nossos corações.

domingo, 2 de outubro de 2011

Silencia, torna-se turbulento, aperta, afrouxa, se anima por vezes, e se desfaz, meu coração?
Oh não, não falo dele
Sobe e desce, confusão, calor, voz,
Passa pelos lugares que se escondem à sombra do que não existe,
Percorre por onde quer que seja, pra onde quer que vá, sem sentido
Recomeça tudo outra vez
Fim do expediente
Amanhã é outro dia,
As luzes se acendem para que possamos perder o medo que temos uns dos outros,
uma viagem lado a lado de quem não se conhece.
Espera um pouco, já vai? Mas está tão cedo... Não se diz, só pensa
Um café talvez? Um pouco de conversa convém?
Desculpe-me a demora, atrasei vocês?
Entre bocejos e conversas, gente e mais gente.
Quero um coletivo de estranhos, um coletivo urbano.
Diz-me um coletivo de amor, que saberás um sonho.