Quanto mais conheço, mais descubro o quão nada sei. Mas é bem verdade que, a mente que se abre para o conhecimento nunca mais retorna ao que era antes. Felizmente, ou não.

Como outrora adormeceu...

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Subjetividade não é uma pergunta que se lança como qual é seu nome; é uma pergunta que se lança sobre quem é você. Ao passo que sua percepção aumenta, diminuem suas respostas para a última pergunta. Desta forma não cabe a mim dizer o que lhes será encontrado, cabe-me humildimente apenas assentar de que forma encontrei-me aqui.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Filhos da Revolução

Somos a geração coca-cola, a geração do pagode, das músicas de baixo escalão, da acomodação popular, e por tudo isso, legitimadores da suposta indignação daqueles mais velhos frente nossas posturas. Chamam-nos de apáticos, despolitizados, acomodados. Somos aqueles que envergonham a classe presente e atuante em toda a linha do tempo, a classe juvenil, a classe estudantil. Somos os que não lutam, somos a geração Y. Ou chamam-nos.
Mas quem realmente somos? Somos filhos da revolução.
Os ideais foram vendidos, por isso não resta nenhum à oferta. Os que deram a cara a tapa nas suas lutas de resistência foram mortos e os vivos, dão a cara a quem paga mais.
A vanguarda comunista latina americana é uma vergonha. Os socialistas têm milhões guardados nos bancos, porque não existem mais comunistas. Tudo isso foi vendido.
Somos filhos dessa venda. Da mercantilização da idéia. Fruto da mais podre união de interesses. Óvulo fecundado da desvalidação do ideal. Somos os desiludidos e desenganados.
Não conseguiram a revolução, por isso querem que façamos.
Che Guevara morreu pela luta. Ninguém mais morrerá pela luta.
Somos aqueles que devem refazer tudo.
Um dia a revolução foi preparada frente a um terreno explícito de ditadura militar, fomentando a democracia. Um dia a revolução foi preparada por um governo de estruturas ultrapassadas do Império. Um dia a revolução foi preparada em um terreno monárquico. A revolução sempre um dia, em todos esses dias, foi preparada pela aposta numa segunda opção. Porque a segunda existia, fora pensada, fora testada. Não temos segunda opção. Não sabemos o que fazer porque não sabemos o que fazer. Não sabemos qual a segunda opção, não sabemos se existe a segunda opção. Temos que criá-la. Porque o neo-liberalismo já foi testado, e um socialismo falso também.
Nosso trabalho é muito mais árduo.
Porque não podemos lutar contra algo que não sabemos como concertar.
Ninguém fez revolução.
Nossa revolução é lenta mas é mais racional, para não precisar-mos escrever um "Crespúsculo do Macho" dizendo de nossas arrependimentos de nossa prática revolucionária passada.
Construimos nossa realidade líquida, vendendo e comprando por ora o que está em oferta.
A minha geração não é fodida, é germe de uma foda mal concebida.