Quanto mais conheço, mais descubro o quão nada sei. Mas é bem verdade que, a mente que se abre para o conhecimento nunca mais retorna ao que era antes. Felizmente, ou não.

Como outrora adormeceu...

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Subjetividade não é uma pergunta que se lança como qual é seu nome; é uma pergunta que se lança sobre quem é você. Ao passo que sua percepção aumenta, diminuem suas respostas para a última pergunta. Desta forma não cabe a mim dizer o que lhes será encontrado, cabe-me humildimente apenas assentar de que forma encontrei-me aqui.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Seu nome é Cláudia Silva.
Cujo nome preto calaram com um tiro,
Cuja pele negra esfolaram no asfalto
E cuja toda sorte desfizeram sem acaso.

Sem acaso?
Não é por acaso que um corpo negro cai.
Cai sem ser infarto ou doença de satanás,
Cai como um pássaro que a criança atira,
Mas com menos lágrimas, velas e missas.

Cai a ordem do dia de “combater” o tráfico,
Ou cai na estatística de mais um assalto.
Cai porque é preto que cai todo dia.

Mas ocorre que nessas voltas que o mundo dá,
O nome que deveria cair no esquecimento,
Virou bandeira para o movimento.

O sangue arrancado do seu sofrimento,
Exalou coragem de empoderamento
E libertou do cárcere o embrutecimento.

Cláudia Silva Ferreira,
Seu Silva é da minha mãe também,
Sua sorte poderia ser também.
A história mostra
Do que dela se retém
Que quando o preto se organiza não tem pra ninguém.


domingo, 24 de março de 2013

À causa nobre,
à causa rica, mas do pobre.
À força bruta,
aguda no seu grito de misericórdia.
À elegância da força,
tanto quanto o curvar de uma rosa
saúda a vida.
De servos à escravos.
Toda força vem do povo
E essa força é força viva.
De negros à aurora,
semblante da vitória.
Enegrecer da vitória.
A guerra é que esfolia
Tira o couro e revigora:
A vontade de lutar.
De veia aberta e ferida fresca
de gota em gota até secar
cada gota de veneno
euro-branco-euro-burguês-euro-negro
No Brasil nêgo é tudo pobre.
Quer dizer que vieram de nobres.
Nobres reis da banda de lá.
Mais aqui são só mais uns números
pro capitalismo esmagar.
Capitalismo, como um trator derruba tudo
"neguinho pobre sai pra lá,
vai limpar esse lixo que eu causei
antes que eu te limpe de lá"
Na realidade de um mundo invisível,
em que as histórias se bifurcam,
e os argumentos de confundem.
Não se sabe mais para onde ir, nem mesmo o que fazer.
O individualismo se infiltra na coletividade e divide, separa e exclui.
A natureza humana é então submetida a natureza do dinheiro e da ganância.
Capitalista, Socialista? Antes de tudo humana, pela piedade e compaixão pelo irmão que sofre
nas ruelas sujas de ruas escuras, claras, vazias de tão cheias.
O tempo acelerado não permite mais visualizar que
o objetivo de cumprir o dia está intimamente ligado ao outro dia,
e que estes dias conectados, objetivados e planejado devem ser oferecidos
para um bem maior, mesmo que não se saiba o que é.
Não há sentido cumprir
uma trajetória individual que te limite a manter estático tudo
que sempre foi,desde que você nasceu.
Revolução muda, inquietações cegas não faz mudar,
mas ao menos talvez faça acordar,
retirando o véu ou a mordaça, para se permitir gritas.
As vezes acho que estou enlouquecendo.
Mas se estou agora, queria ver algum registro de quando eu era sã.
Acho que prefiro ser assim.
Depois de ver tanta gente morrendo, tantas guerras,
tanta fome e tanto desespero, sofri muito.
Depois de sentir tanta solidão. Depois de ter ouvido tantas versões sobre o que é ser normal,
eu me confundi.
Manter-me a parte me frustra.
Acomodar-me com o barulho no mundo me frustra.
Porque talvez, e só talvez, eu seja louco.

(Um momento, que passou, que estava guardado em papel, em folha de papel de caderno, e que agora vem pra cá)

Mas as coisas são mesmo assim,
rápidas e passageiras,
e esta dor, que a nada se assemelha
não sabe mais porque de dor,
não sabe mais do que sente saudade,
e não sabe mais se gostaria de ter de volta.
A angústia de um tempo que não volta mais.
Quanta coisa se deixou pra trás,.
Eu deixei passar, você deixou passar, ambos.
Mas é a vida é mesmo assim,
quanta coisa me fez crescer,
por quantas coisas tive que passar para concluir isto agora?
Poderia ter concluído antes?
Será que hoje eu consigo ao menos lembrar
ao menos, todas àquelas coisas terríveis as quais achei que não iria suportar?
E daquelas coisas que eu quis guardar pra sempre,
para ter sempre do que rir, se alegrar?
Isso tem algum sentido?
Mas se tudo é mesmo assim, se
constrói e se desconstrói em menos de um segundo,
porque me prendo àquilo que já não vivo mais?
Eu não vou tentar entender o que não sou capaz,
sentir me faz lembrar que estou viva,
sentir as lágrimas escorrendo a face
me faz saber que somente naquele instante eu estou assim,
me faz lembrar que em outros momentos porém, eu sorri.
O que me faz entender que a dor não é perpétua.
E a felicidade também não.
Porque se fosse, a dor não seria dor, seria ilusão.
Da mesma forma que, se o amor não se tornasse ilusão não se tornaria dor.
Mas amor é dor que não se sente.
Eu fico com a beleza das lembranças que eu sinto.
Lembranças que talvez nunca tenham acontecido.
Afinal é somente a pintura da imagem que faz a lembrança ser o que é.

(Pessoal demais: Perdão.)

Juca, Pereira, Zeca e Teixeira,
tudo se renova sob o pé de macaxeira,
enquanto houver sol, haverá conversa,
porque o futebol já cansou.
Conversas soltas e risadas paralelas.
Brincadeiras na espera de um novo acordar,.
Enquanto se distancia, as palavras
as palavras elas mudam de lugar.
Porque todo dia é dia,
e hoje é dia de cantar.
Perder é pior do que não ter.
Por isso, não se pode perder, e sim ganhar algo diferente.
Mudança não é uma meta, mas um estágio permanente, se, o agora não agrada, o futuro não será diferente porque a força do tempo move o que quer ser movido. Aliás o tempo, por falar no tempo. Que passa para todos, só não para os imortais.
E em todas as fotos eu, sai sorrindo atoa.
Guardo a hora de chegar, mas sempre descontente.
Bem-estar, agora no mungido.
Quem dirá, o tempo tranquiliza sua fé.
Quanto verbo em pouco estar.
Voa pássaro do mar,
pra outro expoente,
quero carregar à par, no vão dessa corrente.
Mergulhar na arte de estar de pé.
E frequentar o cheiro que ficou em mim.