Foi como um susto,
Quando eu descobri o que sou.
Sou um ser humano com asas,
Nasci com elas.
E não adianta cortá-las,
São como membros de uma estrela-do-mar, que crescem
ininterruptamente.
Eu tenho asas e por isso voou.
Vôo, vou.
Nunca entendi e sempre me inquietei com a minha inquietude.
Nunca satisfeita, nunca condizente, nunca aceitei.
Nunca parada, nunca no rebanho, nunca acertei.
E por que todo mundo bem,
Todo mundo encaixado, encaminhado,
Mais ou menos feliz,
Sem pensar, apenas seguindo,
De qualquer maneira, todo mundo se satisfez.
Eu não, então por que?
Porque o ser humano com asas migra a cada período,
Porque o ser humano com asas migra a cada período,
Como um beija-flor entre as flores, um pássaro,
Como o sonho.
Isso não quer dizer que estou certa,
Não quer dizer que estou errada,
Quer dizer que eu sou assim.
Quer dizer que essas conclusões são produto da minha
descoberta.
Quer dizer que preciso melhorar,
Para extrair de cada momento valores bons, e doar de mim,
algo que progrida.
Eu sou um ser humano com asas, e na verdade, não quero
mudar.
Estarei sempre esperando mais uma etapa do meu vôo,
Nunca sei quando será, é só o tempo das vistas alcançarem
novos horizontes.
Eu nunca sei o tamanho do vôo, a altitude, a longitude,
Até hoje eu soube o caminho e em quanto tempo faria a volta.
Até hoje.
O próximo vôo, eu já não sei, porque nunca sei.
Estive por muito confusa com minha anatomia diferenciada, as
asas.
E tive medo que a confusão me paralisasse.
Medo que por não saber o que fazer, não fizesse nada,
Ou deixasse ser levada pela vida simplesmente pra qualquer
lugar.
Nunca quis ir pra qualquer lugar.
Por isso hoje, a única confusão que pode me pairar, é pra
onde vou agora,
Pra onde e quando lançar-me-ei novamente,
Porque foi me perdendo no mundo de tantas possibilidades,
dentro da minha mente,
Que eu pude enfim, me encontrar.
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